segunda-feira, 31 de maio de 2010

Ocupação Feliz


Resolvi examinar as diversas ocupações que as pessoas têm na vida, procurando escolher a melhor entre elas; e, sem desejar dizer algo a respeito delas, concluí que não poderia fazer nada melhor do que continuar naquela que encontrei para mim, ou seja, ocupando toda a minha vida no cultivo da razão e na busca do conhecimento da verdade, seguindo o Método que prescrevi a mim mesmo. Eu senti um contentamento tão profundo desde que comecei a usar esse Método, que não acreditava que alguém pudesse obter algo mais doce ou mais inocente nesta vida; e, ao continuar a descobrir, a cada dia, por meio dele, verdades que me pareciam dotadas de certa importância e das quais os outros não estavam em geral cientes, a satisfação que senti preencheu a minha mente de maneira tão plena que nada mais de modo nenhum me afectava.

René Descartes, in 'Discurso do Método'

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Maio




Maio

Já está no final
O que somos nós afinal
Se já não nos vemos mais
Estamos longe demais
Longe demais


Maio
Já está no final
É hora de se mover
Pra viver mil vezes mais
Esqueça os meses
Esqueça os seus finais
Esqueça os finais
Eu preciso de alguém
Sem o qual eu passe mal
Sem o qual eu não seja ninguém
Eu preciso de alguém


Maio
Já está no final
É hora de se mover
Pra viver mil vezes mais
Esqueça os meses
Esqueça os seus finais
Esqueça os finais
Eu preciso de alguém
Sem o qual eu passe mal
Sem o qual eu não seja ninguém
Eu preciso de alguém
Eu preciso de alguém
Sem o qual eu passe mal
Sem o qual eu não seja ninguém
Eu preciso de alguém
Maio, Junho, julho, agosto, setembro
Outubro, novembro, dezembro

terça-feira, 25 de maio de 2010

Poema: Caminhos...


Caminhos

Para quê, caminhos do mundo,
Me atraís? — Se eu sei bem já
Que voltarei donde parto,
Por qualquer lado que vá.


Pra quê? — Se a Terra é redonda;
E, sempre, tem de cumprir-se
A sina daquela onda
Que parece vai sumir-se,


Mas que volta, bem mais débil,
Ao meio do lago, onde
A mãe, gota d'água flébil,
Há muito tempo se esconde.


Pra quê? — Se a folha viçosa
Na Primavera, feliz,
Amanhã será, gostosa,
Alimento da raiz.


Pra quê, caminhos do mundo?
Pra quê, andanças sem Fim?
Se todo o sonho profundo
Deste Mundo e do Outro-Mundo,
Não 'stá neles, mas em mim.


Francisco Bugalho, in "Paisagem"

sábado, 22 de maio de 2010

Dá um abraço?



De repente , deu vontade de um abraço... Uma vontade de entrelaço, de proximidade ... de amizade, sei lá !
Talvez um aconchego amigo e meigo, que enfatize a vida e amenize as dores ... que fale sobre os amores, seja afetuoso e ao mesmo tempo forte ...
Deu vontade , de poder ter saudade de um abraço.
Um abraço que eternize o tempo e preencha todo o espaço.

Mas que faça lembrar do carinho, que surge devagarinho, na magia da união dos corpos, das auras, sei lá!
Lembrar do calor das mãos, acariciando as costas, a dizerem : - Estou aqui !
Lembrar do enlaçar dos braços, envolventes e seguros, afirmando : - Estou com você !
Lembrar da transfusão de força, ou até da suavidade do momento, sei lá.
Então, pensei em como chamar esse abraço: abraço poesia, abraço força, abraço união, abraço suavidade, abraço consolo e compreensão, abraço segurança e justiça, abraço verdade, abraço cumplicidade ?

Mas o que importa é a magia desse abraço, a fusão de energias que harmoniza, integra o todo e se traduz no cosmos, no tempo e no espaço...
Só sei que agora , deu vontade desse abraço :
Um abraço que desate os nós, transformando-os em envolventes laços ...
Que sirva de "colo", afastando toda e qualquer angústia...
Que desperte a lágrima de alegria e acalme o coração...
Um abraço que traduza a amizade, o amor e a emoção.
E para um abraço assim, só consegui pensar em você .
Nessa sua energia, nessa sua sensibilidade, que sabe entender o porque dessa minha vontade.

Pois então:
- Dá logo esse abraço !!!



Autor: Desconhecido.

Tentando...


Tentando viver a cada dia, deixando o imprevisível acontecer.
Tentando ver o mundo ao redor melhor e, seguindo avante sempre.
Tentando não só, o modo de vida coerente com o meio em que vivo, mas sendo eu mesma todo o tempo.
Realidade essa que, parece a normal das coisas irrelevantes do universo...
Assim caminho a passos lentos vou vivendo cada segundo tentando crescer!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

P'ra você Verinha... Outra vez!


Amizade... Assim posso dar início para falar de uma pessoa a qual tenho um carinho especial. Conselhos, não; ela nos ascende uma luz para que possamos enxerga o que tende a permanecer sob as escuras; ela é assim: Mais que um suporte para sustentar qualquer coluna que venha a cair, pois sei que, suas palavras darão o sustento que precisamos para nos dá compreensão e calma. Não me canso de lhe dizer obrigada!... Obrigada!... Mesmo sabendo que, você irá dizer que nada faz por obrigação. Um grande Abraço p’ra tu! =))

terça-feira, 18 de maio de 2010

Decepção...


Falar de decepções o mal que nos causam é também dolorido, vivemos num mundo onde não podemos decepcionar as pessoas que amamos; contudo, somos obrigados a sofrer dessa decepção. Decepção essa que, magoam-nos sem idéia do quão profundo que é a lacuna da tão chamada magoa. Confiar em quem não devemos dar a tal também merecida confiança, sem que os saibam dar o merecido valor; amar quem não devíamos; fora tudo um erro de amar a quem não devíamos? Não!... Quando nos decepcionamos com o amor, tudo se torna mais difícil; não admitimos termos nos enganado com a pessoa que amamos, porque aquela pessoa nos trouxera leveza, encantamento e sonhos que, com as decepções foram embora. Agora só nos resta sentir o tal mal que foi feito ao coração; procurando a cada dia preencher a lacuna que foi feita pela decepção.

domingo, 16 de maio de 2010

Felicidade Perene e Douradoura


Por entre as vicissitudes de uma longa vida, reparei que as épocas das mais doces delícias e dos prazeres mais vivos não são aqueles cuja lembrança mais me atrai e mais me toca. Esses curtos momentos de delíriro e paixão, por mais vivos que possam ter sido, não são, no entanto, e até pela sua própria intensidade, senão pontos bem afastados uns dos outros na linha da minha vida. Foram demasiados raros e demasiado rápidos para constituírem um estado, e a felicidade de que o meu coração sente saudades não é constituída por instantes fugidios, é antes um estado simples e permanente que em si mesmo não tem vivacidade, mas cuja duração aumenta o seu encanto ao ponto de nele encontrar finalmente a felicidade suprema.
Na terra, tudo vive num fluxo contínuo. Nada conserva uma forma constante e segura, e as nossas afeições, que se prendem às coisas exteriores, passam e, como elas, mudam. Sempre à nossa frente ou atrás de nós, elas lembram o passado que já não existe, ou prevêem o futuro que muitas vezes não será: não existe nada de sólido a que o coração possa prender-se. É por isso que, na terra, só existe prazer passageiro; duvido que se conheça felicidade que dure. Nos nossos prazeres mais vivos, quase não existe um instante em que o coração possa verdadeiramente dizer-nos: Queria que este instante durasse para sempre; e como poderá chamar-se felicidade a um estado fugidio que nos deixa o coração inquieto e vazio, que nos faz ter saudades de algo que passou, ou desejar alguma coisa no futuro?

 

Jean-Jacques Rousseau, in 'Os Devaneios do Caminhante Solitário'

domingo, 9 de maio de 2010

Saber Falar e Calar


É grande miséria não ter bastante inteligência para falar bem, nem bastante juízo para se calar. Eis o princípio de toda a impertinência. Dizer de uma coisa, modestamente, que é boa ou que é má, e as razões por que assim é, requer bom senso e expressão; é um problema. É mais cómodo pronunciar, em tom decisivo, não importa se prova aquilo que afirma, que ela é execrável ou que é miraculosa.



Jean de La Bruyére, in "Os Caracteres"

sábado, 8 de maio de 2010

Amamos os Nossos Defeitos



Consentimos que nos apontem os nossos defeitos, aceitamos as punições que deles decorrem, sofremos pacientemente por causa desses defeitos. Mas perdemos a paciência se nos obrigam a pô-los de lado. Certos defeitos são imprescindíveis à existência dos indivíduos. Ser-nos-ia desagradável ver amigos de longa data porem de lado alguns dos seus particularismos.

Johann Wolfgang von Goethe, in 'Máximas e Reflexões'

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Parabéns p'ra mim... Certas canções (4) =)


Parabéns p’ra mim...

Parabéns por esses anos meus, que desfrutei que vivi e que também sorrir.
Parabéns pelas conquistas que não as conquistei e, que não desistir de conquistá-las.
Parabéns por tantas e quantas coisas que vivi ao longo desses vinte e poucos anos.
Parabéns para os meus familiares e amigos, que tiveram o prazer de me homenagear antes da minha morte para que eu os visse; e pudesse também me ver chorar de emoção e alegria.
Parabéns para as pessoas que de uma forma ou de outra fazem parte da minha vida. Aqueles que me acompanharam meu desenvolvimento Físico, Humano e intelectual.
Obrigada a todos vocês por me conduzir nesses anos todos... Guiando-me para que eu pudesse ser uma cidadã, com valores, princípios, ética, humildade, simplicidade, caráter e, acima de tudo humana. Sem vocês eu nada seria!

Obrigada!

Certas Canções (4) hoje, vai p’ra mim ao som de Fábio Jr. Música 20 Vinte e poucos anos.


segunda-feira, 3 de maio de 2010

Para um amigo chato...


Não sei quando realmente temos uma amizade ou um amor... Quando temos um amor de verdade tudo é como se houvesse uma eterna amizade e vice e versa. Mas quando há cumplicidade no amor amigo tudo se torna mágico. Quantos assuntos a serem debatidos durante o dia e, também à noite; isso implica em alguma questão a não ser amizade... Eis a questão? Porque às vezes mudamos nosso modo de ver as coisas ao nosso redor? Porque também pensamos que tudo não passe de um interesse? Não! A amizade que temos os vários questionamentos a respeito desse companheirismo que nos cerca; e como explicar tamanha reciprocidade? Não há explicação! Essa união, esse carinho, o respeito e a sinceridade acima de tudo; é o que vem se fazendo presente... Dá-me o dedo vamos ser amigos outra vez?! =))

A Verdade por si Mesma não Tem nenhum Valor...


Há uma coisa mais dolorosa do que nunca poder ouvir a verdade é nunca poder exprimi-la, mesmo com a melhor vontade do mundo. Porque o que quer que digamos, o outro não escuta nunca a verdade que lhe queremos transmitir. Aquilo que sai dos nossos lábios e o que se passa na alma do outro, são sempre duas coisas diferentes. No instante seguinte deixa de ser semelhante isso depende de tantas coisas que nada tinham a ver com a tua verdade e a tua vontade de verdade isso depende do que o outro queria ouvir, da situação em relação a ti, etc...
E a verdade por si mesma não tem nenhum valor, é como uma moeda num país onde não é corrente.

Arthur Schnitzler, in 'Relações e Solidão’.