E acordo e ligo o computador,
Todo dia a mesma coisa,
Internauta tem fama que não descansa
Mas ele se cansa desse ritual,
Diariamente, igual.
E pego a conexão a laço
E baixo os e-mails dos amigos e dos cachos.
As listas, que faço parte, tenho que ler.
Tanto e-mail inútil pra responder!
Nem queria falar dos deveres de casa.
Ter que formatar aqueles textos
Que nem conseguiram me sensibilizar
E certos questionários responder
Pra sabe-se lá quem ler.
O que interessa se eu gosto do vermelho ou do azul
Ou se eu como peixe cozido ou cru?
E o excesso de elogios?
"Como você é bonitinha!
Que gracinha!
Como escreve com sentimento!"
Metade desses elogios são fingimento,
Depois eu fico sabendo que a talzinha
Meteu o malho em mim pelas costas
E é isso que me desgosta.
Até poetas agora eu tenho que analisar
E não sei como faço isso
Mas se não faço corro mil riscos:
De ficar antipatizada
De ser espinafrada
De passar por abestada
E de listas ser descadastrada.
O tal do autor desconhecido,
Aquele tremendo ladrão
Vive no meu pé roubando a minha inspiração.
O meu site também não sei aonde vai parar.
Os meus leitores não param de escrever pra lá
E a minha preguiça me impede de respondê-los.
No reservado as fofocas vão rolando,
Falam de fulano e beltrano
E já estão me irritando!
Não quero saber quem deu,
Muito menos quem comeu!
Ainda recebo um monte de e-mails pesados
Que ficam entalados
E deixam meu Outlook travado.
É kkkkkkkk aqui
É hahahahaha ali,
Não sei de quê esse povo tanto ri.
Será que é desse monte de besteiras
Que tenho que engolir?
Acho que está na hora de entrar em web no mundo virtual,
Quem sabe assim eu volto ao normal!
Já sei o que você tá pensando:
"Nossa, como ela é mal humorada"
Que nada!
Tô apenas na minha TPM Virtual,
Vai me dizer que você nunca se sentiu igual?
Silvana Duboc
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