quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011



"... tinha suspirado, tinha
beijado o papel devotamente!
Era a primeira vez que lhe
escreviam aquelas
sentimentalidades, e o seu
orgulho dilatava-se ao calor
amoroso que saía delas, como
um corpo ressequido que se
estira num banho tépido; sentia
um acréscimo de estima por si
mesma, e parecia-lhe que
entrava enfim numa existência
superiormente interessante,
onde cada hora tinha o seu
encanto diferente, cada passo
condizia a um êxtase, e a alma
se cobria de um luxo radioso de
sensações!

- Eça de Queiroz, O Primo Basílio.

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